Nunca pensei precisar de SER Português em Genebra. Por ser convencido, inconsciente ou simplesmente distraído...
O que é certo é que, depois de algumas semanas, só pensava em Portugal...
Primeiro, procurei os estabelecimentos portugueses...o café dos portugueses, a mercearia, o Clube Spor Genève e Benfica...
A bica, o Pastel de natas, o Sumol e a Visão não me saiam da cabeça...
Certo dia...dia de jogo da Selecção, tive a brilhante ideia de convidar dois amigos para ir ver o jogo ao Clube dos Portugueses. Tudo estava a correr lindamente quando, de repente...
GOLO de PORTUGAL!!!!!
E aí foi o descalabro, os meus amigos entraram em pânico, cada um ficou mais branco do que o outro! E rogaram-me que fugíssemos dali, pois, consideravam que não estavam reunidas as mínimas condições de segurança e lá vieram as avaliações, considerações que tal situação exigia...
Viver Portugal lá fora é um pouco como ter o privilégio de ter uma parte de nós próprios que não envelhece. Vive-se a Portugalidade do tempo em que os nossos pais saíram do nosso país. Se bem que para quem está cá isso pode ser motivo de zombaria, para eles, isso é assim ponto! E o desfruto dessa estabilidade é de um gozo enorme.
O meu caso é só um pouco pior, já não sou emigrante, e nunca serei como os que nunca saíram daqui...O certo talvez seria reemigrar para ter o privilégio de ser igual aos outros...
Felizmente tenho o recurso de ser um cidadão do céu pela Graça de Jesus Cristo. Faço parte de um novo Povo, um novo Reino, uma nova Identidade que não tem em conta a minha naturalidade nem a minha nacionalidade...