sábado, 6 de agosto de 2016

Caminhos cruzados

Através do estudo e das experiências adquiridas íamos cada vez mais chegando à conclusão de que o nosso lugar seria em missões. Estávamos muito felizes pois essa já era a nossa convicção antes de partirmos para a Suiça e cada vez mais o nosso coração ardia por fazer parte do trabalho missionário em qualquer parte do mundo, se bem que o nosso coração ardia por concelhos ainda não alcançados de Portugal.
Depois daquela infeliz situação da escolha do nosso director de estágio, escolhemos então um pastor de Marselha que trabalhava em equipa numa pequena igreja dos irmãos e que fazia trabalho de rua e trabalho com música.
Estávamos muito entusiasmados. Um dia recebemos a visita de um pastor Suíça que pertencia a nossa denominação que nos perguntou quais eram os nossos planos. Explicamos, eufóricos, como quereríamos passar o estágio de segundo ano, cientes de que era essa a vontade de Deus. Ele ouviu-nos atento e retirou-se após uma breve conversa.
Nós recebemos a indicação de que deveríamos fazer um orçamento das nossos futuras despesas para que comunicássemos claramente à nossa igreja o sustento que iríamos precisar. O que fizemos com muito trabalho e dedicação de forma a não defraudar as muitas pessoas que nos iriam apoiar.
Eis senão quando, um dia, recebemos um telefonema do nossa pastor em Portugal com uma voz bem severa afirmando de que a necessidade da nossa denominação era de pastores e não de missionários e que teríamos de fazer o estágio com um pastor e ele tinha de ser da nossa denominação e por acaso, esse Senhor era quem nos tinha visitado alguns tempos antes.
O problema é que precisávamos da ajuda que nos prometeram para os próximos três anos só era válida se fôssemos por este caminho.
Ficamos aterrado...o director já nos tinha avisado de que estas coisas poderiam acontecer e tinha-nos pedido que o avisássemos se isso acontecesse. Nós nós tivemos coragem. Ficamos em choque, o que seria de nós agora, o que fazer, como proceder.
Ainda tivemos forças para entregar o orçamento, pois poderíamos vir a receber ajuda das igrejas Suíças, mas entendemos, de repente que a nossa situação estava bastante complicada.
Tínhamos gasto todo o nosso dinheiro nesse ano na Suiça pois tudo era imensamente caro para um Português.
O que fazer, obedecer à chamada ou à vaga de emprego disponível...

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